segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Não Corte as Asas dos seus (Futuros) Filhos(as)!

Então é um novo dia! Você ensinou seu filho(a) como agir e proceder em casa e na rua. Ele/ela acorda, arruma o quarto, se veste como você quer, não faz o que você não gosta, come apenas o que você determina, tem vocabulário limitado ao seu, sai de casa apenas com pessoas que você conhece e confia, tem hora para chegar (afinal esses jovens de hoje não sabem o que é disciplina!), só namoram com quem você gosta e só irão se entregar (fazer sexo) após o casamento. O que eles pensam a respeito disso e outras coisas não é importante a seu ver, pai/mãe.


Este é o terceiro ponto citado na postagem anterior, a opinião e opção de nossos filhos e futuros filhos conta muito, precisamos levar em conta que eles em algum momento começarão a pensar por si e não poderemos, em determinado ponto, exigir que eles tenham a mesma maturidade que temos hoje em dia na idade que eles terão quando quiserem começar a fazer as coisas por conta própria, coisa que acontece, normalmente, na pré-adolescência.

A partir de determinada idade a pessoa já pode responder por seus atos, ser responsável por eles, e isso inclui suas decisões, seja o que pensa, seja o que faz, e isso faz toda a diferença. Não consigo visualizar sentido em um pai que cria tiranicamente uma garota que já passa dos dezoito anos, impedindo-a de chegar depois de certa hora em casa, impedindo-a de namorar, impedindo-a de descobrir o próprio corpo; isso gera o que é comumente conhecido como “emburrecimento das pessoas”, um atraso intelectual e de vivência tão grande que em situações que exijam certos tipos de atitude, uma pessoa criada dessa forma não saberá se virar, além de ser, claro, um aprisionamento da pessoa que cresce ao nosso lado.



É difícil, sei que não é fácil, não fui, nem sou, pai, mas pretendo ser um dia, e consigo imaginar a dor de um pai em ver sua princesa começar a andar com as próprias pernas, num sentido mais abstrato, indo atrás de outros homens que não sejamos nós, seus pais, falando deles e, posteriormente, se houver uma certa amizade entre pai e/ou mãe e filha, ficarmos sabendo que ela, ainda na adolescência, se deitou com um rapaz, perdendo, assim, sua virgindade, sua pureza, aquilo que somos obrigados a aceitar como sendo o sinal de respeito que uma mulher tem, mas apenas em nossas famílias e mulheres, por que nas dos outros, as outras mulheres fora desta, não precisam do mesmo respeito. Não digo que desrespeitemos o que nossos pais pensavam, mas que respeitemos a opção e opinião de nossos filhos e filhas, afinal, eles não são bonecos e bonecas de carne que fazemos para nos agradarem, eles baterão asas e voarão a partir de determinada idade e podemos até manter vigia para que eles não se distanciem, mas proponho o não aprisionamento deles. Seja um bom pai, não corte as asas de sua filha, nem as prenda ao corpo dela.

3 comentários:

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  2. Quando fiz 20 anos meu pai se tornou meu melhor amigo, foi uma escolha dele!! E eu achei isso fantástico. Ele me escuta e dificilmente me diz o que fazer e como fazer. Como ele diz, "Ja fiz o que tinha de ser feito" e isso me deixa segura.
    Por outro lado, ja conheço uma mamãe que diz que eu só vou entender quando eu for mamãe e que mães são "para sempre". Não creio!! Quero ser mãe até onde precisar, assim como meu pai, quero me tornar uma leal amiga.
    Belo texto Marquinhos, infelizmente a forma que alguns pais foram educados é basicamente o espelho da educação que eles opõem, sempre olhando para trás e nunca olhando para frente.

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