quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Meios e Fins

Períodos de transição são sempre difíceis de lidar porque trazem episódios que acabam se transformando em barreiras e dificuldades. O blog mudou, a temática vai dar uma variada também, mas esse atraso se deu em decorrência de diversos fatores, principalmente acadêmicos, mesmo assim, deixo minhas desculpas neste parágrafo inicial. Hoje queria escrever sobre outra coisa, mas vou guardar este assunto, convenções sociais, para a próxima postagem, porque nesta irei tratar sobre o tema que dá título a esta, algo sobre o qual quis escrever há, praticamente, um mês e não o fiz. Vamos lá!


Diferentemente do que muitos possam imaginar, não vou tratar do mesmo assunto que Maquiavel em seu aclamado e famoso livro O Príncipe, lido por políticos e advogados, trago os termos associados a algo que poderia ser representado por palavras gramaticalmente mais apropriadas, mas que na teoria, e para a análise que virá, os que mais se aplicam são estes usados no título: Meios e Fins.

Todos temos objetivos, metas, horizontes em nossas vidas, coisas que queremos, momentos, pessoas, objetos, situações, cargos etc., mas para chegar a estes "fins" precisamos passar pelos meio que, também, são pessoas, momentos, situações, cargos, objetos etc.. Para tornar a coisa mais simples darei um exemplo curto e um exemplo longo, que puxará mais para o lado que quero expor. Conheço uma pessoa que quer ser diplomata, mas esta pessoa precisa de certas formações, conhecer mais de uma língua e ter uma bagagem tal de conhecimentos que lhe permitam chegar ao cargo de diplomata. No entanto, esta pessoa certamente não viverá estes estágios meramente como etapas passageiras e sem importância, porque a vida precisa ser vivida e só a aproveitamos e tiramos o máximo de proveito dela, mesmo que ela de fato se torne diplomata no futuro, quando deixamos que a vida passe por nós, de modo que aproveitemos, ou no caso, ela aproveite, tudo que acontecer nesse ínterim.

Deu pra entender? Segundo exemplo: quando vou para a universidade, o faço a pé. Vou andando mesmo, mas antes, quando ia pensando apenas na universidade, no chegar lá, o caminho sempre era chato, contava os minutos, me preocupava com situações problemáticas, com o estresse do caminho, com o que exatamente iria fazer lá etc.. Quando parei para observar os detalhes do caminho, as pessoas com quem cruzava, as flores, os pássaros, o formato das árvores, percebi que cada dia o caminho, apesar de não mudar muito, não era chato como eu pensava.

Compreenderam a ideia? O fato é que muitos de nós fazemos coisas em nossa vida pensando apenas nos fins, nos frutos, no final do caminho, e terminamos por nos esquecer de que passamos por diversas coisas para chegar lá, ou, pior que isso, nos damos conta que deixamos de aproveitar diversas coisas no caminho até lá. Quando nos permitimos vencer pelo cotidiano, pela rotina, tudo parece igual, tudo fica mais chato. No exemplo dado, me refiro a caminhos e metas, mas esse tipo de pensamento também vale para o dia a dia, porque a partir do momento em que passamos a encarar as coisas de uma forma diferente, a pensar diferente, as vezes apenas a pensar, acabamos por descobrir coisas à nossa volta que, quando olhávamos antes, não víamos. 

Pode ser qualquer coisa: um ninho de pássaro, as plantas, os animais, as pessoas, detalhes de objetos ou casas, pensamentos, entre outras coisas. A rotina e a mesmice são coisas da nossa cabeça, quando pensamos diferente, o mundo acompanha o pensamento e coisas novas passam a integrar ambientes que julgamos conhecer demais. No que diz respeito aos caminhos para lugares ou metas que temos, devemos viver cada momento, cada batalhas, porque sempre há coisas que podemos fazer de diferente e sempre haverão coisas que nos ensinarão coisas importantes, ou simplesmente nos permitirão bons momentos que levaremos para o resto da vida. Não aproveitá-los nos levará apenas ao arrependimento no futuro de não termos aproveitado melhor a vida ou ao endurecimento do ente que nos faz humanos.

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