E lá vamos nóóóós! (Sempre que falo isso imagino a bruxa do pica pau subindo na vassoura e falando isso com aquela voz engraçada!). Os dias passam rápido demais, em um momento olho a data da última postagem e vejo que fazem apenas cinco dias que postei, no mesmo momento penso em reduzir o tempo entre uma postagem e outra, ao mesmo tempo penso que não e vou resolver as coisas da vida, hoje olho para a data da mesma postagem e percebo como o tempo passou rápido! Em todo caso, hoje é dia de análise e, assim como falei na última análise, essa postagem está longe de ser uma mera sinopse, irei comentar o livro e contar coisas da história narrada no mesmo, ou seja, o "spoiler" corre solto, logo, se você pretende ler o livro, veja apenas o segundo parágrafo da postagem, nele colocarei uma sinopse, extraída de algum site, e depois começarei minha análise.
"Um hacker renegado, uma samurai das ruas, um fantasma de computador, um
terrorista psíquico e um rastafári orbital num thriller sexy, violento e
intrigante. De Tóquio a Istambul, das estações espaciais ao não-espaço
da realidade virtual, o tenso jogo final da humanidade contra as
Inteligências Artificiais...
Evoluindo de Blade Runner e antecipando Matrix, Neuromancer é o primeiro - e ainda hoje o mais famoso - livro de William Gibson. É considerado não só o romance que deu origem ao gênero cyberpunk, mas também o seu melhor representante" (FONTE: Skoob)
Evoluindo de Blade Runner e antecipando Matrix, Neuromancer é o primeiro - e ainda hoje o mais famoso - livro de William Gibson. É considerado não só o romance que deu origem ao gênero cyberpunk, mas também o seu melhor representante" (FONTE: Skoob)

Henry Dorsett Case é um hacker, ou cracker, mas não um mero hacker e sim um dos melhores, o problema é que ele cometeu um erro que nenhum hacker empregado poderia cometer: crackear seus empregadores. Quando descoberto ele foi capturado e, numa demonstração de crueldade e frieza, submetido a uma cirurgia na qual foram implantados pequenos sacos de uma substância nociva ao organismo que mata a pessoa lentamente ou rapidamente, quando em grandes quantidades, e estes iriam se desfazendo aos poucos para matá-lo bem lentamente. A história começa com Case vagando nas ruas de Chiba, um distrito de Tokyo, com pouco dinheiro, uma namorada (Linda) para cuidar, uma dívida para pagar ao mafioso Wage e realizando pequenos trabalhos como "traficante freelancer".

No meio do caminho eles se deparam com os Modernos Panteras, um grupo de mercenários que são pagos para atacar o prédio de uma instituição de segurança virtual internacional, a Ilhara-Grubb, e resgatar o cartucho que contém a memória de um dos hackers mais habilidosos do mundo, Dixie, que foi atacado por um programa de ação antipessoal e acabou tendo sua consciência presa em uma espécie de fita de memória, como uma IA. Eles se reconhecem quando Case o acessa e o trabalho começa a tomar rumos estranhos. Armitage viaja com o grupo para diversos lugares ou os faz viajar para esses lugares, tudo sob o pretexto de conseguir novos equipamentos e o último membro da equipe: Riviera, um ilusionista que usa hologramas, ou seja, ele realmente cria ilusões, mas é mais viciado que Case.

Armitage foi um militar das Forças Especiais há muitos anos e participou de uma operação secreta de invasão na Inglaterra, no entanto todos os integrantes dela foram mortos, ou era o que se pensava. Armitage, ou Coronel Willie Corto, sobreviveu e ficou muito tempo se recuperando, nesse meio tempo ele começou a ser manipulado, mental e socialmente, por uma IA chamada Wintermute, que lhe dizia, mais tarde, quando ele já estava recuperado, para roubar a Tessier-Ashpool, uma megacorporação autossuficiente, na qual ele poderia adquirir milhões em dinheiro e viveria bem pelo resto da vida. A T-A tem diversos negócios, mas em seu centro ela clona seus fundadores intermitantemente, mantendo suas memórias gravadas, para que a liderança da corporação nunca mude e aí onde entra 3Jane, a atual herdeira da coisa toda e é esta o alvo de Armitage.

Ao final da história Case está tentando invadir o sistema da T-A, Armitage está morto, ele foi jogado no espaço pela escotilha de emergência, enquanto ambos estavam em uma nave no espaço, pelo Wintermute "mau" e Molly está presa em uma ala de lazer da T-A em companhia de 3Jane, Riviera (que terminou se aliando à T-A, dedurando seu empregador e "companheiros") e Hideo, um assassino oriental criado in vitro. Case invade o local com um rastafari para resgatar Molly e Riviera acaba traindo 3Jane cegando Hideo, que termina por caçá-lo, resgata Molly e invade o sistema da T-A juntamente do Wintermute "bom".
O final é impressionante: Wintermute era uma grande IA, mas foi dividido, ficando uma com a T-A e outra jogada na matrix, como ela tinha consciência própria e seus próprios objetivos, ela decidiu fundir-se com o Wintermute "particular", que protegia os sistemas da T-A, para tanto, ele pegou uma pessoa em estado catatônico e implantou, com o passar de certo tempo, memória falsas nele para que este servisse de autor de seu intento no plano físico. Burlando as leis com sua incrível capacidade de processamento e velocidade na rede, Wintermute possibilitou um dos assaltos a megacorporação mais espalhafatosos do mundo, no qual o seu único objetivo era encontrar alguém que dominasse a outra IA e lhe possibilitasse uma fusão virtual. O Wintermute "mau", o da T-A, se revela como sendo Neuromancer e tenta prender Case em um mundo virtual, mas muito realista, com uma memória de sua ex-namorada para tentar desviá-lo de seu intento, no final das contas não importava mais tanto o dinheiro e sim a sobrevivência da coisa, virou uma briga pessoal entre Case e o Wintermute "mau", já que este havia, Case pensava, encomendado a morte de Linda.

A postagem ficou bem fragmentada porque procurei me ater aos pontos mais importantes, cheguei até mesmo a omitir alguns personagens e suas participações exatas, além de nomes de alguns lugares, para torná-la menos longa. O intento é mostrar onde estão os focos da história, que são nos personagens, seus passados e feitos, pois no decorrer da história eles viajam muito e o leitor pode chegar a pensar que certos acontecimentos são desnecessários ou extravagantes, mas isso apenas mostra como um mundo cybepunk pode ser. O livro é o marco da literatura deste gênero e quando o chamei de clássico da literatura mundial, não foi um exagero, esse livro, juntamente com o filme Blade Runner, influenciaram muitos filmes, livros, desenhos e outros tipos de produtos, como o famoso Matrix, quem ler vai entender. Fora isso, existe uma alegação de que Neuromancer é o primeiro de uma trilogia, mas na verdade os outros dois livros apenas seguem o estilo e mundo deste, que são Count Zero e Mona Lisa Overdrive, ambos de William Gibson.
Neuromancer é um livro pequeno (303 páginas), mas com uma história complexa, ambiente decadente e personagens diferentes do que se está acostumado a ver, eles não mudam para melhor ou pior, e, apesar de haver uma espécie de "final feliz", tem-se a noção de que tudo aconteceu por interesses e que nenhum bem foi feito a ninguém em momento algum.
Obs.: Com exceção das quatro primeiras imagens e esta última, a de uma página de quadrinhos e a de uma suposta Molly são produções feitas por fãs, existe de fato um jogo oficial do livro que foi lançado em 1988 para computador, cuja capa é a quarta imagem da postagem.
Meu amigo, essa foi a melhor análise que vi até hoje na internet. Terminei de ler a poucos dias e fiquei boiando no final depois da loucura que foi o programa chinês penetrar na T.A. Parabéns pelo texto !
ResponderExcluirMuito bom companheiro. De fato a "prisão" do Case serviu para ne desorientar na historia e do nada nos vemo já na TA. Ainda bem que com essa resenha da de retomar a.ideia e o foco.
ResponderExcluirSó entendi o fim com a sua ajuda. Texto esclarecedor, parabéns!
ResponderExcluirLi um monte e não tinha entendido nada, salvou minha vida!
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