Servidores Públicos.

Não é incomum muitas pessoas abrirem mão de certos ofícios e atividades do ramo privado para se dedicarem quase exclusivamente aos estudos de editais para concursos públicos para poderem alcançar o tão sonhado emprego fixo, salário bom e quase nada para fazer. E isso me entristece. Porque é muito comum irmos em orgãos públicos para realizarmos algum processo que só pode ser feito lá e passarmos maus bocados por causa da lentidão ou pouca vontade dos servidores públicos em nos ajudar; deixam que pensemos que estão fazendo aquilo de propósito, que só estão ali para conversar e tomar café, enquanto nós, trabalhadores, lutamos do lado de cá.

É muito chato para um funcionário público, e qualquer outro tipo de pessoa que tenha em seu meio pessoas que ajudam a criar uma imagem negativa dele, ver que são taxados daquilo, afinal o pensamento de quem está dentro, pelo menos dos "maus servidores" é "Não tem porque se preocupar, bora fazer um pouco aqui e ali que no final do mês o dinheiro vai estar na conta bancária", em contrapartida há aqueles que pensam que "Lutamos por isso, agora vamos fazer jus e tentar mudar a imagem que temos do lado de fora, vamos fazer isso aqui funcionar".

A diferença entre os primeiros e os segundos é clara como o sol, mas os primeiros estão ganhando e os "bons servidores" perdem cada vez mais espaço, alguns até mesmo se "convertem" para o lado negro da coisa e acham isso divertido: contribuem para que o sistema público continue lento ou mesmo inerte em alguns setores. Quando você é um bom servidor e o resultado de seu trabalho recai imediatamente sobre o cidadão, você está conseguindo atingir seu objetivo e ser eficaz, mas quando o resultado do que você faz, ou o progresso do seu serviço, depende de maus servidores que realizam atividades que antecedem o seu setor, ou vem depois dele, as coisas ficam mais complicadas.

Para completar o trio, adiciono o "servidor insatisfeito", que não precisa fazer parte de um, ou dos dois, grupos citados anteriormente, mas via de regra faz. Ele, ou ela, basicamente entram no serviço público sabendo como e quanto vão ganhar e depois, muito ou pouco tempo depois, começam a resmungar do quanto ganham, reclamam que o governo está retendo, que gratificações deixaram de ser adicionadas, que dinheiro tal tem que sair aqui e ali. Nada contra aqueles que recebiam um determinado valor e tiveram esse valor reduzido devido a mutretas do governo com o Poder Judiciário, esses tem mais é que lutar pelos seus direitos.

Mas me incomodo de ver uma pessoa deixar de ganhar seus dois mil reais suados para ganhar mais de cinco mil sem fazer muita coisa e mudar de vida, conseguir tudo do bom e do melhor para si e sua família e depois ficar reclamando que ganha pouco ou que o governo deveria dar aumento aqui e ali porque eles "ganham pouco"! Se o governo tirou, tudo bem, lute! Se o governo deve, não é a você, que acabou de entrar, então senta no seu canto e trabalhe satisfeito com o que recebe. Nessas horas sabemos qual a qualidade de gente com as quais convivemos, pois são os que mais falam mal da corrupção e uso indevido de dinheiro, mas são tão suspeitos quanto, para falar do assunto!

Muitos podem me criticar dizendo que falar, ou escrever, é fácil e que com o tempo eu mudaria de ideia, mas a realização vem da vontade e do emprego constante dela no dia-a-dia. A tentação que um servidor público sofre para pular para o lado menos produtivo, ou não produtivo, da função, é a mesma que um trabalhador batalhador da selva privada sofre para não debandar para a pilantragem!