Sabe aquele momento em que você olha para o vazio? É apenas um modo de falar, claro. Olha-se para algo, algum lugar, geralmente, mas não se foca naquilo que os olhos veem e sim o que sua mente vê. Que dependendo do que se passa pela sua cabeça pode variar de algo muito pequeno a algo muito grande. Ou simplesmente nada...

Como nada? Claro que é algo! Não tem como não pensar em nada! Bom, eu concordaria se já não tivesse feito, em mim, um teste. Sentado em uma mesa de conveniência, cerveja em uma mão, pressão levemente alta, olhando para um ponto muito específico que podia me dizer várias coisas (o canto da parede de vidro com a que dá acesso ao banheiro, contra margeada pela metade posterior de uma combi; ou simplesmente o cenário de fundo da minha cerveja), mas não me dizia nada além das informações citadas.
Respirei fundo algumas vezes, mantendo uma cadência específica na respiração, a fim de "oxigenar as ideias". Nada. Esperei mais um pouco e... nada, de novo. Quando você pratica meditação, aprende a não pensar em nada, mas eu não estava fazendo isso (há quem discorde dessa afirmação, dentro desse contexto).
Há alguns meses atrás, repetir esse procedimento me permitiria, como costumo dizer, contemplar o abismo (meu abismo, para ser mais exato), e receber uma piscadela dele. E isso quer dizer muitas coisas. Mas, após vencida esta etapa, isso significa nada. Olhar para esse abismo significa olhar para um problema cotidiano como qualquer outro. O problema é olhar, fisicamente, para um ponto e não receber nenhuma informação além da que se vê. Isso não gerar nada.
Tá, mas onde você quer chegar?
Boa pergunta!

Uma das coisas que contribuiu para o divórcio do professor Ullman me acompanha constantemente. Quando esses momentos são acompanhados por pensamentos, os compartilho, dependendo dos pensamentos, claro. Fiquei pensando se esse tipo de coisa também já foi co-responsável pela motivação de divórcio de homens e mulheres parceiros(as) de pessoas que "apagam" do nada, e nos momentos mais diversos.
Por quê "co-responsável"? Simples, porque, apesar de não mandarmos, muitas vezes, no nosso pensar e desejar, podemos mandar no nosso agir, assim como, consequentemente, no nosso não-agir. Ou seja, "viajar sem sair do lugar" pode ser algo que alguém pode fazer com frequência, mas não pode ser responsabilizada pelo que acontece à volta dessa pessoa, ela sim.
Bom, era isso. Era mais um desabafo mesmo. Até mais ver!
Capa da postagem - FONTE: http://www.bbc.com/future/story/20160208-why-contemplating-death-changes-how-you-think
O Demonologista (capa) - FONTE: http://www.darksidebooks.com.br/o-demonologista-andrew-piper/
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