segunda-feira, 30 de julho de 2012

Não se fazem mais jogos como antigamente...

Já ouvi essa expressão muitas vezes e até já me utilizei da mesma, mesmo não sendo um "gamer", como os jogadores de video game se referem a eles mesmos, com recursos e dinheiro pra ficar jogando N jogos e sempre por dentro das últimas novidades, mas o fato é que a realidade é essa e ela afeta cerca de 90% dos jogos que são lançados de uns anos pra cá.
 
Antigamente não haviam recursos suficientes pra satisfazer o usuário com gráficos bonitos e uma cena em CG, computação gráfica, já enchia os olhos do povo, portanto o negocio era investir numa história legal e num conteúdo técnico elaborado pra chamar a atenção do povão, personagens carismáticos também, claro. Hoje em dia temos uma geração de "gamers" que prezam tanto pelo fator gráfico que em seus feedbacks o argumento maior vai pra esse ponto e é nisso que as empresas de jogos se dedicam.

Além do fator gráfico, parece que a tendência é que os jogos contem uma história e o jogador apenas viva ela apertando meia dúzia de botões descansada e pausadamente para conseguir chegar ao tão esperado final e poder aproveitar os extras do jogo, quando tem, ou jogar da famosa "live" - se bem que alguns jogos, mesmo tendo um modo single player, são mais jogados no modo multiplayer do que no single. Ouvi falar que em um desses últimos Final Fantasies que lançaram aí o jogador pouco controla o protagonista, não controla os aliados e que basta ficar apertando "O" (bola, das teclas do controle) pra avançar, pelo que entendi, basta confirmar as ações pra o jogo avançar por si só.

Não estou dizendo que quanto melhor os gráfico, pior o jogo, não! Mas venhamos e convenhamos, tem muito jogo por aí seguindo essa linha. Posso dizer que existem jogos com gráficos ruins, que hoje em dia não chegam aos pés dos últimos lançamentos, mas que dão de 10 em cima dos atuais e tem uma grande popularidade. Há uns anos atrás velocidade, raciocínio, reflexos e paciência levavam um "gamer" ao final do jogo, hoje em dia ele só precisa de interesse.

Como disse, há uma parcela de uns 10% de jogos, ou menos, que se destacam, jogos que são lançados com uma boa qualidade gráfica, um bom enredo, bons personagens e uma dificuldade razoável ou acima da média, para dar fome de vitória e deixar o jogador interessado nas próximas fases. As vezes quero pensar que a dificuldade elevada dos jogos de antigamente se deviam, me referindo principalmente aos jogos de plataformas como Super Nintendo e Playstation, à pouca mobilidade e limitação no que diz respeito a interação com o ambiente, em muitos jogos do presente, o fator ambiente ajuda muito quando você pode interagir com o mesmo.

Já vi empresas de jogos fazendo relançamentos em 8 bits, de video games como Game Boy e Nintendinho, para video games como Wii, XBOX, Playstation 3 (pra esse eu não tenho certeza, mas acho que sim), numa tentativa, creio eu, de jogar nos jogadores antigos uma sensação de nostalgia e nos novos uma idéia de como a coisa rolava anos atrás, mas acho que o que falta não é olhar pra trás e pegar o que foi feito lá e jogar aqui, nas plataformas atuais, e sim olhar pra trás, ver a fórmula da coisa no passado e adaptá-la para o presente.

Afinal um jogo bonito é de encher os olhos, mas se ele for fácil demais, não vai nem dar tempo de dar tesão!

domingo, 15 de julho de 2012

Onde está a cultura?

Segundo o Dicionário Michaelis: cultura é "14 Antrop Estado ou estágio do desenvolvimento cultural de um povo ou período, caracterizado pelo conjunto das obras, instalações e objetos criados pelo homem desse povo ou período; conteúdo social."

Conforme a Wikipédia: "Aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade."

Já fazem alguns anos que me desliguei de alguns grupos onde eram muito comuns citações como "fulano é sem cultura", ou "esses pagodeiros/forrozeiros são sem cultura", ou "funkeiros não tem cultura", entre outras nesse gênero. Até hoje vejo/ouço pessoas dizerem isso, independente dos grupos sociais dos quais façam parte, normalmente a "acusação" da falta de cultura partia do fato, ou do suposto fato, de que o alvo da mesma, ou alvos, gostavam de coisas que os acusadores não gostavam ou porque faziam apologia a drogas, promiscuidade e afins.

Porém isso é algo bastante difundido em nossa sociedade e mesmo esses ditos que reclamam desse tipo de coisa as praticam, alguns se drogam, outros saem "pegando geral" e/ou fazendo sexo sem compromisso com qualquer um/uma e no entanto continuam fazendo as mesmas acusações. Reclamam que não há cultura, mas o que é ter cultura? Será porque eles deveriam, na mente de quem acusa, estar fazendo as mesmas coisas que este gosta de fazer? Ou será porque eles deveriam estar lendo Machado de Assis, Don Casmurro, Clarice Lispector entre outros? Ou ouvindo Dominguinhos, Djavan, Chico Buarque, Elba Ramalho, Luiz Gonzaga, Cartola e similares?

No meu ver era combater fogo com fogo! De que adianta um pagodeiro reclamar de cultura se ele continua fazendo coisas que em nada denotam cultura? Rebolar, ouvir música sem conteúdo, pegando todas (ou dizendo que pega), assim como forrozeiros e funkeiros; Porém, de que adianta um nerd/geek/metaleiro/otaku reclamar do que um faz se ele fica ouvindo música de países do outro lado do oceano, vendo desenhor de olhos grandes, jogando jogos de violência gratuita e/ou estrangeiros e coisas que gente desse grupo faz que, de acordo com seus próprio entendimentos sobre cultura, não são nem um pouco culturais!

Vale salientar que não adianta falar mal de ausência de cultura de um dos lados dessa briguinha porque sexo e drogas são coisas banalizadas em ambos os lados e tem gente se drogando e transando por aí aos montes ou fazendo N coisas relacionadas e continuam com as acusações. Me desculpem, mas é muita hipocrisia!

Levando em conta as definições no início da postagem, pode-se compreender que ambos os lados reclamam de coisas vãs, já que podemos viver em uma mesma sociedade onde há uma grande variedade de culturas, cada uma com seus textos, músicas e costumes. O que nos leva, resumidamente falando, que essas discussões sobre cultura são causadas meramente pelo desprezo que um grupo sente pelo outro, independentemente do motivo, mas que em muitos casos não passa de demonstrações de hipocrisia.

Obs.: Normalmente quem se dói com esse tipo de coisa está assinando embaixo que é/foi hipócrita.